De volta ao Brasil, Alison dos Santos foca no resto da temporada

Depois de quase cinco meses fora do Brasil, Alison dos Santos, o Piu, retornou ao país na manhã desta sexta-feira. O atleta trouxe na bagagem de mão a medalha de ouro dos 400 m com barreiras do Campeonato Mundial do Oregon, nos Estados Unidos, prêmio conquistado no Estádio Hayward Field, na cidade de Eugene, na última quarta-feira.

Na próxima terça-feira, Piu já treina no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo, e no dia 3 de agosto embarca para a Europa para as últimas competições da temporada 2022.

“Este ano foi mágico, consegui a sonhada medalha de ouro no Mundial, mas a temporada não acabou. Vai ser longa, mas vai valer muito a pena. Tenho mais provas para tentar vencer a Liga Diamante e ainda vou tentar bater o recorde brasileiro dos 400 m rasos”, comentou o atleta, referindo-se ao tempo de 44s29, obtido por Sanderlei Parrela no Mundial de Sevilha, em 1999, na Espanha. “Não dá para perder o foco”, completou.

No início do ano, Alison abriu a temporada com 44s54 nos 400 m, no Mt. SAC Relay, na Califórnia, no dia 16 de abril, segundo melhor tempo de um brasileiro na história da prova.

Medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, o brasileiro gravou seu nome no esporte mundial e está longe de estar satisfeito. Ele conta sempre com o apoio do treinador Felipe de Siqueira, que programa suas preparações e define quais provas deve disputar.

A marca anotada por Alison, 46s29, na pista americana foi a melhor do ano no Ranking Mundial, superando os 46s80 também cravados por ele na etapa de Estocolmo da Liga Diamante em junho, na Suécia. Ainda assim, seu tempo ainda está acima do recorde mundial do norueguês Warholm de 45s94.

“Deu para ver que o recorde mundial está próximo, já que corri 46s29 em Eugene. É acertar detalhes, só aproveitar a experiência. Por isso vou focar, em 2023, também nos 400 m rasos para melhorar a parte do chão”, projetou.

Piu, viajou no dia 2 de março para os Estados Unidos, e fez a preparação principal no Centro Olímpico dos Estados Unidos, em Chula Vista, região de São Diego. Depois, seguiu para as competições e um estágio na Turquia.

“O sonho é buscar o recorde mundial. Estaria mentindo se não falasse isso. Está muito perto e tenho muito ainda o que melhorar na prova”, referindo-se aos 45s94 do norueguês e principalmente aos 46s29 alcançados em Eugene, apenas 35 centésimos de diferença.

“Sempre quis fazer história. A gente quer ser uma lenda. Quer deixar nosso nome. Que daqui a 30, 40, 50 anos, quando forem falar de atletismo, dos 400m com barreiras, vão lembrar quem foi Alison dos Santos e o que a gente fez na pista”, declarou.

Após a medalha de ouro em Eugene, Alison disse que dormiu muito pouco, cerca de uma hora. “A vida está corrida, está na agenda”, comentou o atleta, que disse ter revisto várias vezes a sua prova durante o voo de volta para o Brasil e pensado no futuro, “além de dormir”.

O brasileiro disputa mais três etapas da Liga Diamante nos 400m com barreiras este ano: 6 de agosto, em Silesia, Polônia, no Kamila Skolimowska Memorial; dia 2 de setembro, em Bruxelas, Bélgica, no Memorial van Damme; e 8 de setembro, a final em Zurique, Suíça. Correrá também um prova dos 400m rasos no dia 8 de agosto, no Grand Prix da Hungria Gyulai István Memorial.

Na Europa, terá um intervalo de competições entre 8 de agosto e 2 de setembro, período em que treinará em Birmingham, na Inglaterra, e ficará na casa de seu amigo nigeriano, naturalizado inglês, Efekemo Okoro, especialista nos 400m e nos 400m com barreiras.

Alison chegou ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, num voo que saiu de Atlanta, com procedência de Portland, no Oregon. O atleta do Pinheiros ficará apenas 11 dias no Brasil. Vai a São Joaquim da Barra, cidade em que nasceu, para rever a família e conhecer a sobrinha Arieli, nascida há três semanas.

“Estou ansioso para fazer uma dancinha com minha sobrinha, filha da Adriene”, disse, fazendo gestos de segurar um bebê no colo. “Quero muito jogar truco e ganhar do meu pai, Gerson, e dos meus amigos. É importante matar a saudade nem que seja por pouco tempo”, disse o campeão.

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