Uma das incertezas mais comuns em torno de cirurgias oculares é decidir quando operar catarata; entenda qual é o melhor momento para tomar essa decisão
Quando um oftalmologista faz o diagnóstico de catarata em um paciente, é comum que surja a seguinte dúvida: quando operar catarata?
Geralmente, à medida que as pessoas envelhecem, elas tendem a desenvolver uma “nuvem” no olho, que pode levar a perda da visão se não for tratada quanto antes.
Isso também pode acontecer caso ocorra algum dano no olho. O problema está normalmente associado a pessoas mais velhas, porém, também pode se desenvolver em jovens.
A grande questão é que o tratamento para essa doença tem como objetivo restaurar a visão e eliminar as chances de ocorrer a cegueira. Por esse motivo, em alguns casos, é recomendado que o paciente realize uma cirurgia de catarata.
Continue a leitura para entender quando operar catarata e outras questões relacionadas a este procedimento cirúrgico!
Quando operar a catarata
Embora a realização de cirurgia de catarata tenha caído em 46% no SUS, isso não quer dizer que a quantidade de casos tenha reduzido. A questão é que as pessoas precisam se preocupar mais com a ida ao oftalmologista para tratar a doença.
Dito isso, é necessário compreender que o médico precisa analisar o olho do paciente e certificar-se de que o procedimento cirúrgico seja feito quando for realmente necessário.
Caso alguém já esteja enfrentando problemas de visão, por exemplo, enxergando de forma turva, a cirurgia costuma ser sugerida. No entanto, caso a pessoa não seja capaz de enxergar nada, o procedimento cirúrgico é considerado crítico.
Se ambos os olhos do paciente estiverem com a doença, as cirurgias devem ocorrer com intervalo de semanas. O médico faz isso para evitar que ocorram complicações, como infecções nos olhos.
Dito isso, cada caso de catarata é um caso. Ou seja, somente depois do oftalmologista fazer um diagnóstico preciso é possível saber se o paciente deve ou não passar por uma cirurgia de catarata.
Outra questão importante é que as pessoas não devem ficar alarmadas ou entrar em pânico ao receberem o diagnóstico da doença. Afinal, à medida que envelhecemos, a possibilidade da catarata surgir se torna mais forte.
Quando a catarata está avançada?
A catarata está avançada a partir do momento em que sua visão fica muito embaçada e suas atividades diárias são prejudicadas. Mas, em casos extremos, o paciente pode perder a visão por completo.
Portanto, ao sentir qualquer tipo de alteração na sua visão, procure quanto antes um médico oftalmologista.
Graus da catarata
Quando operar catarata é uma questão que está diretamente relacionada aos graus da doença. A catarata progride por meio de diferentes estágios, conforme aumenta e toma mais controle da visão.
É importante compreender que a catarata é classificada em diferentes tipos, como:
- Catarata nuclear: quando está localizada no centro da lente ocular;
- Catarata cortical: localizada na área que circunda o núcleo;
- Catarata capsular posterior: localizada na camada externa do cristalino.
Os primeiros sintomas podem piorar à medida que a catarata aumenta.
A seguir, entenda quais são os quatro graus da catarata, também conhecidos como os quatro estágios da doença.
1. Catarata precoce
Este é o início da catarata. Aqui, a lente do olho ainda é clara, entretanto, a capacidade de mudar o foco entre a visão de perto e de longe passa a ser comprometida.
Pacientes com esse grau de catarata passam a enxergar de forma embaçada ou com nebulosidade. Além disso, o brilho das luzes pode começar a incomodá-los, provocando aumento do cansaço visual.
2. Catarata imatura
Aqui, as proteínas começam a turvar a lente, o que a torna mais opaca, principalmente no seu centro.
Quando a doença chega nesse estágio, o médico pode recomendar que o paciente tenha novos óculos com lentes anti reflexo, já que a progressão da catarata imatura pode levar vários anos.
3. Catarata madura
Ao chegar neste nível, a catarata aumenta a opacidade a tal ponto que pode provocar uma visão leitosa e branca.
Aqui ela se espalha para as bordas da lente e provoca um efeito considerável na visão do paciente. Nesse ponto, é importante que o oftalmologista entenda como a qualidade de vida e as atividades diárias da pessoa são afetadas por causa da doença.
Caso a rotina diária do paciente seja afetada seriamente, a cirurgia de catarata pode ser recomendada.
4. Catarata hipermadura
Chegamos ao último estágio, quando a catarata se torna muito densa, prejudicando a visão de forma significativa.
Neste grau, a catarata prejudica a visão para um estágio muito avançado e, consequentemente, passa a ser mais difícil de ser removida.
Caso a doença não seja tratada, ela pode causar inflamação no olho e/ou aumento da pressão do olho, o que pode gerar glaucoma.
Qual o grau de catarata para cirurgia?
A cirurgia de catarata começa a ser recomendada a partir do terceiro grau da doença. Porém, como já falamos, cada caso é um caso.
Logo, somente um oftalmologista especialista em catarata poderá recomendar que um paciente realize ou não um procedimento cirúrgico, de acordo com suas necessidades e avanço da doença.
Como saber o grau da catarata?
Embora tenhamos citado os graus de catarata e como eles costumam afetar as pessoas, a melhor maneira de saber qual é o estágio da doença é falando com um médico.
É o seu oftalmologista que poderá avaliar o seu caso, realizar os exames oftalmológicos necessários e dizer qual é o grau exato da sua catarata.
Riscos em não operar
Outra dúvida muito comum em relação à cirurgia de catarata é “o que acontece se não operar a catarata?”. Afinal de contas, nem todas as pessoas querem passar por um procedimento cirúrgico.
No entanto, se o seu oftalmologista indicar que realize a cirurgia, não realizá-la oferece graves riscos.
Quando avançada, a catarata pode provocar a cegueira, que pode gerar outros problemas, como acidentes e até a depressão. Entenda melhor quais são os principais riscos em não operar.
Perda da visão
O principal risco que a catarata pode provocar se não for tratada é a perda da visão. É importante ressaltar que essa doença evolui. No seu início, a visão costuma ficar apenas embaçada, mas, se não for tratada, pode provocar a cegueira.
A realização das tarefas do dia a dia é afetada
Devido à dificuldade que a pessoa tem de enxergar, a realização das tarefas do seu dia a dia podem ser afetadas.
Isso acontece porque, mesmo que sejam atividades simples a serem realizadas, a catarata pode fazer com que elas se tornem complexas. Por exemplo, o paciente pode não conseguir trabalhar ou subir e descer escadas.
Riscos de acidentes
Não realizar a cirurgia de catarata pode fazer com que a pessoa provoque ou sofra acidentes. Esses acidentes podem acontecer tanto em casa, na rua, no trabalho ou em qualquer outro local.
Quando existe a falta de visão, nossa percepção de espaço é diminuída. Consequentemente, várias situações podem acontecer, como quedas, cortes e acidentes automobilísticos.
Depressão
Ter uma grave dificuldade para enxergar, ou perder a visão por completo, pode fazer com que a pessoa tenha a sensação de ser inútil e de que perdeu a sua liberdade. Afinal, ela não pode mais fazer com facilidade tudo o que costumava fazer e pode se sentir dependente de outras pessoas.
Com toda essa mudança brusca na rotina, pacientes com grau avançado da doença podem ter depressão.
Quem pode operar
Geralmente, a catarata atinge pessoas após os 60 anos. Porém, pode surgir muito antes em alguns casos, já que também pode se desenvolver por questões congênitas ou traumáticas, por exemplo.
Qual a melhor idade para fazer cirurgia de catarata?
Não existe uma idade ideal para realizar a cirurgia de catarata. Porém, quanto maior for a demora para que ela ocorra, mais a doença pode se agravar. Isso dificulta a realização do procedimento e pode aumentar os riscos de complicações.
E será que existe idade máxima para cirurgia de catarata? Bem, mais uma vez, cada paciente deve ter seu próprio caso avaliado para que o médico possa ou não indicar uma cirurgia.
Porém, segundo estudos realizados, pacientes com 90 anos ou mais não sofrem mais riscos de complicações do que os que possuem 80 anos ou um pouco menos que essa idade.
Entretanto, somente o médico — após realizar e solicitar diversos exames — poderá avaliar a saúde do paciente e indicar ou não o procedimento cirúrgico.
Recuperação e vida pós-cirúrgica
A cirurgia de catarata é feita com uma pequena incisão ao longo do lado da córnea. A lente turva é removida pela abertura e substituída por uma lente artificial transparente. Essa incisão é cicatrizada sozinha, ou seja, não precisa de pontos.
O procedimento cirúrgico pode ser feito de maneira tradicional, com incisão com lâmina fina, ou assistida por laser. Ao realizar a cirurgia, o paciente geralmente vai embora para casa no mesmo dia e o procedimento dura cerca de 10 a 15 minutos.
Embora algumas pessoas possam perceber uma visão melhor no mesmo dia que passam pela cirurgia, a cura completa pode levar de 4 a 6 semanas.
Para que o paciente tenha uma boa recuperação, é fundamental que siga todas as recomendações médicas. Algumas delas são:
- Utilizar colírios;
- Evitar colocar água ou sabão nos olhos;
- Não esfregar ou pressionar o olho operado.
A catarata pode voltar?
Outra dúvida muito comum relacionada a quando operar catarata é se a doença pode voltar depois do procedimento. E a resposta é não! Porém, existe outra situação que pode acontecer.
Após meses ou anos da cirurgia é a opacificação da cápsula posterior do cristalino, que provoca uma visão borrada. Quando isso acontece, os médicos dizem que ocorre uma “segunda catarata”, mas isso não quer dizer que a doença voltou.
Valores da cirurgia
O preço para operar catarata pode variar bastante, da mesma maneira que acontece com outros tipos de cirurgias. No entanto, a média de valores fica entre 3 e 15 mil reais por olho.
Algumas questões que influem o preço são:
- Tempo de experiência do médico;
- Localização da clínica ou hospital;
- Técnica utilizada.
Agora que você já sabe quando operar catarata, está na hora de procurar um oftalmologista confiável e especializado no diagnóstico e tratamento da doença.
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