“Hoje, não tem segurança nenhuma”. A mãe da menina de 5 anos suspeita de ter sofrido violência sexual na última segunda-feira dentro da escola José Madureira Lebrão, no Jardim Mariana 2, zona leste de São José dos Campos, criticou o fato de a escola continuar aberta e ainda cobrou a instalação de câmeras no local.
Segundo ela, com câmeras, as crianças teriam mais segurança na escola. Ainda de acordo com a mãe, muitos pais não estão mais levando os filhos para a creche nestes últimos dias. “Não estou tendo nenhum tipo de ajuda da escola”, disse.
O OVALE não vai citar o nome da mãe, para proteger a identidade da criança. A seguir, veja os principais trechos da entrevista que a mãe concedeu à reportagem.
*Como descobriu que sua filha teria sido abusada?*
Mandamos minha filha para a escola e ela já chegou falando ‘mamãe, eu caí escorregador escola’. Perguntei como foi e ela disse que escorreu de lado e caiu. Mas fui pegar no colo e ela reclamou para tomar cuidado que estava doendo. Então, eu abaixei a calcinha dela para ver o que estava doendo, a calcinha estava cheia de sangue, um sangue seco. Eu fiquei preocupada, chamei minha mãe, o meu pai, comecei a fazer pergunta para ela. Mas disse que não podia falar, pois, o tio da escola pediu para ela não contar para ninguém.
*Qual foi sua reação após sua filha dizer isso?*
Aí peguei, comecei a ligar na escola e ninguém me atendia. Meu pai pegou o carro e a gente foi na escola correndo. Chegando lá, estava só a coordenadora. Depois abaixei a calcinha da minha filha, mostrei, ela (coordenadora) olhou assustada, junto com a segurança que estava lá e aí ligaram para a diretora. Enquanto isso, minha mãe já chamava a viatura. Aí a diretoria chegou, começamos a conversar, e a minha filha falou que foi um tio, que ele era branco, meio alto e a gente começou a estranhar. A pessoa que fez isso, não falou o nome certo para ela.
*O que fizeram após a chegada da polícia?*
A gente seguiu a viatura, entramos em nosso próprio carro particular e fomos para o hospital com o boletim de ocorrência que já tínhamos feito. Os policiais avisaram para os médicos que era caso de estupro e era para examinar. E, lá, a médica pediatra disse que estava machucada por dentro. Então, encaminhou para o ginecologista, que mandou tirar sangue dela para ver se não tinha pegado doença, deu o medicamento necessário.
A ginecologista falou a mesma coisa que a outra médica falou. E disse que, realmente, não caiu, não se machucou, e realmente abusaram da minha filha, mesmo sem penetração.
*Quando fez o registro na Delegacia de Defesa da Mulher?*
Depois, saí do hospital 3h da manhã, a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) estava fechada, vim embora descansar e tirar aquela roupa suja da minha filha. No outro dia, tive que voltar pela manhã no hospital para pegar os exames dela e ir para a DDM com o boletim, para a escrivã. Fiz o meu depoimento, a delegada atendeu e a calcinha suja foi apreendida.
*O que espera agora da escola?*
Deveriam colocar câmeras nas escolas, tentado proteger, para não cair no mesmo erro. Não estou tendo nenhum tipo de ajuda da escola. Estou tendo apoio por parte da população e a diretora não quer fechar a escola. A escola está funcionando e muitos pais não estão levando os filhos.
*O que espera daqui para a frente com relação ao caso?*
A gente quer justiça. Primeiro lugar, eu quero que a escola seja fechada, até descobrir quem fez isso com minha filha. A escola estando fechada e descobrindo quem fez isso, a pessoa tem que pagar e também mudar a diretoria da escola, mudar tudo. Colocar câmeras em todos os lugares. Acho que as crianças da idade que estão lá, precisa de uma segurança maior. Hoje, não tem segurança nenhuma. Quero que tirem todos os homens na escola, pois tem muita menininha. A manifestação é para colocar câmera.