Uma das dúvidas mais comuns quando se trata de doenças oculares é se ceratocone tem cura; esclareça essa e outras questões relacionadas ao assunto
Será que o ceratocone tem cura? Bem, se você chegou até este post, é porque provavelmente está se fazendo essa pergunta e iremos ajudá-lo a esclarecê-la.
Quando pensamos em um globo ocular, geralmente imaginamos que ele tenha um formato perfeitamente redondo. Porém, existem diversas irregularidades na córnea que podem alterar a forma do olho, como o ceratocone.
As córneas com forma irregular mudam não somente o formato do olho como um todo, como também alteram como a luz é refratada para trás do olho. Com isso, a imagem nítida que vemos é alterada. Consequentemente, a visão de quem tem ceratocone pode ser turva.
Mas, afinal, será que ceratocone tem cura? Continue a leitura para saber mais sobre o assunto e tirar essa dúvida de uma vez por todas!
Ceratocone tem cura?
No Brasil, cerca de 150 mil pessoas sofrem com o ceratocone, que, infelizmente, não possui cura. No entanto, pessoas diagnosticadas com a doença podem ter uma vida saudável, já que existem tratamentos para retardar a progressão dessa condição ocular.
Por esse motivo, é muito importante procurar um oftalmologista ao perceber qualquer tipo de alteração na visão.
Quanto antes o médico consegue diagnosticar uma doença ocular, mais rápido o paciente começará a receber o tratamento adequado. Pessoas com ceratocone podem passar por diferentes procedimentos para tratar a doença, dependendo do seu nível de evolução.
Como a condição surge?
Geralmente, o ceratocone surge no final da adolescência ou no início dos 20 anos. Inicialmente, a pessoa pode não notar que a sua visão está embaçada. Entretanto, conforme a doença progride, é comum que surjam outros sintomas, como:
- Aumento da visão turva;
- Coceira nos olhos;
- Enxergar círculos (halos) ao redor das luzes;
- Visão com aspecto distorcido;
- Aumento do brilho;
- Sensibilidade à luz.
O que leva uma pessoa a ter ceratocone?
Muitas vezes, a doença é genética. Ou seja, significa que ela costuma passar de um familiar para o outro.
A doença ocorre quando a córnea, que é a parte frontal do olho, passa a ter um formato diferente, provocando afundamento e protuberância. Isso faz com que o olho tenha a forma de cone. Outras causas para uma pessoa ter ceratocone são:
- Esfregar os olhos com frequência;
- Ter asma;
- Ter alergias;
- Possui condições médicas como síndrome de down ou retinite pigmentosa.
Como é feito o diagnóstico
Embora a resposta para “será que ceratocone tem cura?” seja negativa, felizmente, é possível diagnosticar a doença rapidamente graças aos equipamentos de diagnóstico modernos.
Como essa condição ocular muitas vezes começa a se desenvolver na adolescência ou no início da idade adulta, é importante examinar regularmente os olhos para identificar qualquer tipo de alteração.
Além disso, o ceratocone pode afetar os dois olhos, porém, com níveis diferentes de gravidade.
Dito isso, caso exista a suspeita da doença, o diagnóstico deve ser feito por meio da realização de exames oftalmológicos, como a Topografia Corneana Computadorizada, por exemplo.
Esse tipo de exame tem como objetivo realizar um estudo da superfície da córnea. Assim, o médico especialista em ceratocone poderá analisar essa parte do olho e diagnosticar a doença, se for existente.
É importante ressaltar que o ceratocone é uma doença que evolui. Portanto, quanto mais cedo a condição for identificada, melhores poderão ser os resultados do tratamento.
O que uma pessoa com ceratocone pode ou não fazer?
No geral, pessoas com ceratocone podem ter uma vida normal, desde que façam um tratamento adequado e sigam todas as recomendações médicas.
No entanto, devido à doença — e ao seu processo de evolução —, a visão da pessoa é afetada e, conforme já citamos, ela passa a ter dificuldades para enxergar com clareza.
Dito isso, para algumas situações, é comum que pacientes com essa condição tenham dificuldade para realizar certas atividades, como a leitura, por exemplo.
Quem tem ceratocone pode dirigir?
Uma questão muito comum quando se trata de ceratocone é se pessoas com a doença podem dirigir. Os sintomas do ceratocone, de fato, fazem com que a visão seja prejudicada. E ter uma visão é algo extremamente importante para dirigir de maneira segura.
Afinal, você precisa enxergar para saber em qual direção está indo e ver claramente outros os veículos, as placas de trânsito, os pedestres e assim por diante.
Dito isso, se você não consegue enxergar bem, provavelmente terá problemas para dirigir. Em outras palavras, não deve fazer isso para não colocar a sua vida e a de outras pessoas em risco.
Vale dizer que é comum que pacientes com a doença façam o uso de óculos ou lentes de contato para dirigir. Contudo, essa é uma situação que pode gerar fadiga ocular, o que é outro grande problema.
Graus de ceratocone
Existem diferentes graus de ceratocone, que exigem diferentes tipos de tratamentos. Eles são:
- Grau I — Incipiente;
- Grau II — Moderado;
- Grau III — Alto;
- Grau IV — Avançado.
Porém, hoje em dia, alguns especialistas também falam sobre o grau V, considerado como extremo.
Somente um médico oftalmologista poderá identificar qual é o grau de ceratocone do paciente e quais cuidados que ele deve tomar a partir para evitar a progressão da doença.
Quando procurar um médico?
Ao sentir qualquer tipo de alteração na sua visão, ou identificar algum dos sintomas de ceratocone, é extremamente importante procurar por atendimento de um oftalmologista.
Contudo, o recomendável é realizar consultas frequentes com o médico, pelo menos uma vez no ano, para acompanhar como está a saúde dos olhos.
Quando o ceratocone é considerado grave?
O ceratocone é grave quando a partir do Grau 3 (alto). Quando a doença está neste estágio, geralmente o paciente tem uma visão muito afetada e precisa realizar uma cirurgia.
No caso do Grau 4 ou Grau 5, estamos falando dos últimos estágios do ceratocone. Ou seja, a doença é grave, e a visão já está quase toda afetada. Por esse motivo, o paciente pode precisar fazer um transplante de córnea.
Quanto tempo dura o ceratocone?
Como você já sabe, o ceratocone não tem cura e é uma doença que pode progredir. Embora geralmente inicie no período da adolescência, ela pode acompanhar o paciente ao longo da sua vida.
No entanto, entre os 30 e 40 anos, o ceratocone costuma se estabilizar. Ou seja, para de evoluir. Isso acontece em 95% dos casos em que a doença é progressiva.
Tratamentos
Os tratamentos de ceratocone variam bastante de acordo com o estágio da doença. Pode ocorrer desde a indicação apenas de óculos de grau até um transplante de córnea — nos casos mais graves. Entenda melhor quais são eles.
Óculos de grau
Em casos onde a doença está iniciando, os óculos de grau costumam ser o suficiente.
É importante deixar claro que, embora os óculos também sejam indicados para quem tem miopia, astigmatismo e hipermetropia, o ceratocone pode provocar graves danos à visão. Logo, não costuma ser tratado por meios tradicionais.
Mesmo assim, o médico oftalmologista pode indicar que os pacientes com ceratocone tenham óculos de grau, já que eles podem ajudá-los a enxergar melhor em situações de emergência.
Lentes de contato
Embora seja um pouco menos prático do que utilizar óculos, o uso de lentes de contato é também uma opção recomendada para quem tem ceratocone.
As lentes substituem a superfície irregular da córnea por uma regular, o que ajuda a melhorar a percepção das imagens.
Existem diferentes tipos de lentes disponíveis no mercado, portanto, somente um oftalmologista será capaz de indicar qual é a melhor para cada caso. Inclusive, lentes inadequadas podem contribuir para que ocorra a progressão do ceratocone.
Cirurgia
Quando se trata de cirurgia de ceratocone, existem diferentes técnicas que podem ser aplicadas. Entenda a seguir quais são algumas delas.
Crosslinking
A cirurgia de crosslinking é um tratamento que tem como objetivo expor a córnea a vitamina B2 e radiação ultravioleta. Assim, é possível produzir o aumento nas ligações entre as fibras de colágeno, o que, consequentemente, fortalece a estrutura da córnea.
Esse procedimento é recomendado para pacientes que têm uma boa visão ao fazer o uso de óculos ou lentes de contato. Portanto, a doença não pode estar em um estágio muito avançado e nem em evolução.
É importante deixar claro que a cirurgia não reduz o ceratocone. A sua função é parar o avanço da doença, ou seja, fazer com que ela seja estabilizada.
Implante de anel intracorneano
Quando o ceratocone está em um estágio considerado moderado, pode ser que o oftalmologista indique o implante de anel intracorneano.
A função desse anel é remodelar e diminuir a curvatura da córnea, ou seja, fazer com que a sua superfície seja mais regular. Para a realização desse procedimento é comum que seja utilizado o Anel de Ferrara.
O implante é reversível e não provoca danos à córnea, porém, não se trata de uma técnica refrativa. Portanto, depois de realizar a cirurgia, os pacientes precisam utilizar óculos ou lentes de contato para que tenham uma melhor visão.
Transplante de córnea
Quando o estágio da doença está muito avançado, como último recurso, é recomendado que ocorra o transplante de córnea.
Nesse caso, o cirurgião removerá a córnea do paciente e fará a sua substituição por uma córnea doadora.
Infelizmente, geralmente depois do procedimento cirúrgico, a visão ainda não fica perfeita. Como o olho do paciente passa a ter uma córnea doadora, ele tem uma chance de enxergar melhor, mas pode ser que ainda precise utilizar óculos ou lentes de contato.
A boa notícia é que mais de 90% dos pacientes com ceratocone não precisam passar por esse tipo de cirurgia.
Agora que você já esclareceu sua dúvida sobre “ceratocone tem cura?”, já sabe como o diagnóstico da doença é feito e quais são os tratamentos indicados para ela, caso ainda tenha dúvidas sobre o assunto, fale com um especialista.
Se identificou que tem algum dos sintomas de ceratocone, procure quanto antes um oftalmologista. Contudo, mesmo que não tenha percebido nada de diferente na sua visão, é importante que um médico verifique como está a saúde dos seus olhos pelo menos uma vez ao ano.
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